Geografias da cimarronagem nas Américas

A história das Américas foi moldada pela introdução massiva de africanos em condição de escravos. O povo afrodescendente possui uma rica herança e epistemologias que, ao serem reinterpretadas na diáspora, permitiram-lhes estabelecerem seus próprios princípios.

Afrocolombianos e interculturalidade na região do Pacífico

As terras dos afro-colombianos têm sido muito cobiçada pelas indústrias extrativistas, o que atraiu grupos armados ilegais. Neste contexto, a construção da interculturalidade e dos diálogos interétnicos são uma forma de resistência contra o extrativismo e a desapropriação.

Por uma Declaração de Direitos dos Povos Afrodescendentes

Nascidas no calor da conquista e do tráfico de escravos, as comunidades negras da América desenvolveram práticas culturais próprias. Após o avanço das jurisprudências nacionais, agora é a vez da normativa internacional reconhecerem o avanço dos seus direitos coletivos.

“Os afromexicanos sempre foram menosprezados”

Rosy Castro Salinas, líder de Charco Redondo (Oaxaca) é conselheira da Comissão Nacional contra a Discriminação e integra a Aliança de Mulheres Indígenas e Afrodescendentes. Além disso, coordena o Fórum de Mulheres Indígenas, Afromexicanas, Mestiças, Pescadoras e Rurais.

Reconhecimento, invisibilidade e participação do povo afroboliviano

Apesar dos avanços do Estado Plurinacional, o racismo persiste na Bolívia e a participação dos afrobolivianos na política não progrediu. Enquanto isso, as mulheres afrobolivianas enfrentam a discriminação interseccional, agravando suas condições de vida.

"A relação histórica entre o Povo Raizal e o Estado colombiano tem sido conflituosa"

Sally Ann García Taylor é uma mulher raizal, estudou Ciência Política e Governo na Universidade de Rosário, concluiu o mestrado em Estudos do Caribe e é doutora em Ciências Sociais. Atualmente, é vice-diretora no Ministério da Prosperidade Social da Colômbia.

Crioulos na Nicarágua: territorio, autodeterminação e resistência

Os crioulos lutam pela demarcação, titulação e saneamento de suas terras ancestrais. Ao mesmo tempo, buscam condições iguais às de outras comunidades indígenas e afrodescendentes. Enquanto isso, as atividades extractivas se expandem em suas terras.

Garimpeiros de colarinho branco: Quem devasta a Amazônia?

Embora os mineiros sejam responsabilizados pela destruição das florestas, a corrida do ouro não existiria sem o consumo suntuoso de xeques, bancos centrais e os especuladores. Enquanto isso, no Brasil e na Venezuela, a mineração ameaça a vida dos indígenas.

A vida também é o território: Entrevista com Alberto Chirif

O destacado antropólogo peruano que dedica sua vida a Amazônia e os povos indígenas amazônicoss. Alberto possui uma trajetória que reúne diversos momentos que tem marcado as transformações do seu país, da antropologia e do movimento indígena amazônico.

A luta da aldeia Atopo WiPi contra uma central eléctrica na Guiana Francesa

Sem respeitar os direitos indígenas ao território da aldeia Kali'na, o Estado francês cedeu as terras à corporação HDF Energy e mobilizou um grande número de policiais armados. Os guerreiros Kali'na mantêm forte oposição e defendem a relocalização do projeto.

A extração de barita e o crime organizado no México

Em 2006, Blackfire adquiriu a concessão para a exploração de barita, mas violou a normativa vigente e o direito à consulta prévia, livre e informada dos indígenas. Após o assassinato de um dos líderes do combate o governo do Estado a fechou, mas o crime organizado busca reativar.

Filipinas: a mineração de ouro e os povos indígenas da Cordillera

Os povos indígenas utilizam métodos de extração que respeitam a natureza. No entanto, a política de mineração dos últimos anos permitiu a proliferação de grandes mineradoras que degradam o meio ambiente e afetaram as condições de vida e trabalho.

Alfredo Matareco: “Hoje podemos decidir e governar por nós mesmos”

Depois de uma década, o Território Indigena Multiétnico (TIM) alcançou sua autonomia. Composto por cinco povos indígenas, este território da Amazônia boliviana elegeu suas autoridades. Alfredo Matareco Maza foi eleito como o primeiro Grão Cacique do autogoverno.

“Como Governo Indígena, o objetivo é manter nosso território unido”

Rosalía Matene Mosúa participou da primeira eleição do Grande Cacique da Autonomia do Território Indígena Multiétnico, localizado na Bolívia. Como vice-presidente da Coordenadoria Nacional das Autonomias Indígenas Originárias Campesinas, analisa esse momento histórico.

Nicarágua: a justiça leva tempo, mas chega

A luta dos povos indígenas por seus direitos territoriais aumentou os atos de violência de colonos invadindo territórios indígenas. O Massacre de Alal e o ataque aos trabalhadores da mina de Kiwakumbaih são os dois atos mais emblemáticos.

Mineração de ouro nas terras e territórios dos povos indígenas da Índia

Nas últimas décadas, o país asiático promoveu a mineração de ouro e várias comunidades indígenas foram forçadas a abandonar suas terras e modos de vida tradicionais. De 2015 a 2021, o Serviço Geológico da Índia encontrou e explorou 17 blocos de ouro.

O garimpo ilegal na Venezuela: um mapa do problema

A crise econômica leva milhares de venezuelanos a migrarem para a Amazônia para trabalhar em minas ilegais de ouro. À desflorestação e contaminação dos rios com mercúrio, soma-se a ameaça de ecocídio sobre centenas de comunidades indígenas.

“A participação indígena é um claro sinal para toda Colômbia”

Patricia Tobón Yagarí, do povo Embera Chambí, é a Diretora da Unidade para as Vítimas do conflito armado interno. A advogada e especialista em direito constitucional adverte que há um grande atraso com as vítimas das comunidades étnicas.

O petróleo no Peru: leis que não querem olhar nem ao passado nem ao futuro

O Congresso aprovou o parecer de um projeto de lei que permite à Perupetro adjudicar os lotes petrolíferos localizados no mar e na Amazônia. Enquanto isso, 6000 impactos ambientais continuam sem receber atenção para remediar a contaminação.

Annelize Kotze: “É necessário honrar as almas dos restos humanos”

A ativista de direitos indígenas e curadora do Museu Iziko, na África do Sul, destaca a importância de criar conscientização e promover a discussão sobre a coleção de restos humanos em museus e a repatriação para suas comunidades de origem.

Um inquisidor na Comissão Interamericana de Direitos Humanos

Recentemente, a CIDH elegeu seus novos comissários e aceitou a renovação de Stuardo Ralón. No entanto, o advogado guatemalteco tem recebido sérias críticas da sociedade civil por não ser respeitoso com os direitos humanos.

Etnocídio do povo Tsimane: o paradoxo do Estado Plurinacional

Cerca de 12 comunidades tsimanes correm risco de extinção pela invasão de colonizadores e o desmatamento. Enquanto são despojados de suas terras tradicionais, os tsimanes têm sérias dificuldades para acessar a justiça.

“O Fórum Permanente é uma plataforma por e para os indígenas”

Lola Garcia-Alix, assessora principal de IWIGIA, explica que o encontro é uma caixa de ressonância na comunidade internacional e um instrumento dos povos indígenas para que os Estados respeitem seus direitos.

Bolivia: é possível uma justiça em serviço da natureza?

Juízes agroambientais e autoridades indígenas se reuniram para discutir os mecanismos para exercício da justiça. O eixo do debate estava posicionado no desmatamento, a contaminação dos rios e a disputa da terra entre campesinos e indígenas.

Memorias de Mulheres Mapuche sobre seus familiares desaparecidos no Chile

Os desaparecimentos forçados e as execuções políticas a mapuches durante a última ditadura devem ser enquadradas como um continuum da violência colonial. Apesar da dor, as famílias lutan pela verdade e pela justiça.

Não chores! A conquista do povo Enlhet durante a Guerra do Chaco

A perspectiva do povo Enlhet sobre a guerra (1932-1935), a chegada dos colonos menonitas e a epidemia de varíola é radicalmente diferente da narrativa oficial. Esta história foi capturada em dois livros de Kalisch e Unruh.

A colonização dos territórios mayangna na Nicarágua

A expropriação dos territórios ancestrais nas mãos dos colonos põe em risco a vida, o sustento e a cultura mayangna. Embora o Governo preconize uma convivência pacífica entre indígenas e colonos, seus modos de vida são incompatíveis.

Passados que não passam: genocídios indígenas no Brasil

É preciso falar das práticas genocidas e desenvolver políticas de reparação. Mas também é preciso garantir o essencial para que os povos indígenas possam florescer. Os discursos de desprezo vieram para ficar.

Yanomami: o retorno da história como tragédia anunciada

Os povos da Amazônia brasileira perderam a tranquilidade que a floresta lhes oferecia. A mineração ilegal do ouro afeta sua vida e bem-estar. Lula prometeu que o garimpo não existiria mais, mas o passado continua.

Os tuxá e o Rio-Mar: buscando justiça entre mundos submersos

Com a chegada da hidrelétrica, esse povo do Nordeste brasileiro que habitava o rio Ópera foi deslocado à força para um território sem rio. O autor se pergunta qual é a compensação por ter tirado uma parte importante de suas vidas.

Os kanoé e os akuntsú: uma aliança para sobreviver ao genocídio

Para resistir ao "desenvolvimento", os últimos integrantes de estes povos tiveram que estabelecer relações interétnicas. Os akuntsú contribuíram com seu conhecimento na agricultura silvestre e os Kanoé como suas habilidades para caça.

Descolonização do genocídio no Brasil e a defesa da vida coletiva

O plano de extermínio foi reconfigurado várias vezes para se adaptar aos diferentes contextos do país. Na história recente, as políticas de Bolsonaro e a pandemia colocaram mais uma vez a necessidade de descolonizar o crime de genocídio.

Cinquenta anos de exílio e injustiça para o povo Ãwa

Uma nova decisão judicial reduziu seu território e obrigou os sobreviventes Ãwa a viver em áreas inundáveis e sem acesso ao Rio Javaés. O conflito adquire maior complexidade por um assentamento de famílias campesinas criado nos ‘90.

Viver sem se acostumar: contato e morte karara no rio Jatapu

Esese era criança quando sua família foi capturada nos anos 1960. Hoje, ela é a última sobrevivente do povo Karara. Seu destino esteve marcado pela exploração de látex, a caça ilegal, a mineração de ferro, as hidrelétricas no rio Jatapu e a malária.

Restituição de restos indígenas: o caso dos museus argentinos

A Argentina possui uma das mais importantes e sensíveis coleções da América Latina. A maior parte dos restos mortais encontrados em museus provém de Tehuelches e Mapuches, vítimas da chamada “Conquista do Deserto”.

A luta pela devolução dos restos ancestrais ryukyuanos no Japão

Depois da anexação das ilhas Ryukyu em 1879, os antropólogos japoneses profanaram tumbas e roubaram restos humanos da população. O roubo tem prejudicado as práticas funerárias, o mundo espiritual e a dignidade dos povos.

Os ancestrais Maori e Moriori na Nova Zelândia

Entre os séculos XVIII e XIX, viajantes e soldados que chegaram às costas de este país profanaram locais sagrados e roubaram uma grande quantidade de restos humanos. Até agora, mais de 700 ancestrais foram devolvidos.

Kryýgi, a menina Aché recuperada após 120 anos

Após o assassinato de sua família, Kryýgi foi enviada como empregada doméstica á Argentina desde Paraguai. Quando ela morreu, seu corpo foi abusado pela ciência, mas os aché conseguiu restaurá-lo do Museu de La Plata e de uma universidade alemã.

BioClima: o projeto que ameaça os povos indígenas da Nicarágua

O projeto financiado pelo Fundo Verde para o Clima poderia expor a população indígena a altos níveis de violência, deslocados de suas terras e incentivar a destruição do clima. Os países que têm representação devem deter esse projeto.

Equador: assédio, desapropriação e resistência dos Siekopai

O povo amazônico se vê afetado pela expansão da fronteira petrolífera, pela monocultura da palma africana, pela invasão de colonos, pelos deslocamentos forçados e pela contaminação de suas fontes de alimentação.

Agarrando-se ao colonialismo: Guatemala e a expropriação dos povos indígenas

O governo implementa políticas de assimilação, não realiza consultas prévias nem respeita os territórios. Além disso, o estado de sítio é um método recorrente para reprimir os protestos e o “pacto de corruptos” avança na impunidade.

A marcha continua para o Territorio Indígena Multiétnico na Bolivia

Em 1990, indígenas das Terra Baixas protagonizaram a Marcha por Território e Dignidade para reivindicar seus direitos à terra e ao território. Após 12 anos de burocracia, o TIM está a poucos passos do estabelecimento formal de seu governo autônomo.